21 de agosto de 2020 – N.º 1.466
Seminário UNIDAS reforça tecnologia leve como inovação e aponta os impactos do estilo de vida na pandemia
O penúltimo dia do evento trouxe surpresa para o público
O penúltimo dia do 11° Seminário UNIDAS — Atenção Integral à Saúde aconteceu nesta quinta-feira (20), e tratou sobre tecnologia leve como inovação. A apresentação do trabalho ganhador do terceiro lugar do Prêmio Saúde UNIDAS 2019 também marcou a ocasião.
Diretamente do palco do WTC, Marina Shizuko, diretora técnica da instituição e gerente de serviços de saúde da Amagis, fez a abertura do terceiro painel do evento. “Neste ano, o seminário seria em Belo Horizonte (MG). Contudo, devido à pandemia, tivemos que adiá-lo (no formato presencial), mas não poderíamos deixar de fazê-lo, já que nossa proposta é o compartilhamento do conhecimento, a coletividade e a colaboração mútua. Então, fico muito feliz de abrir o quarto dia de encontro”, iniciou.
Marina seguiu o discurso enfatizando o trabalho da instituição: “o tema deste evento é realmente o objetivo principal da UNIDAS, a oferta do atendimento diferenciado, que nos move enquanto autogestão em saúde, já que não temos finalidade lucrativa e, sim,a entrega de maior qualidade dos serviços prestados aos nossos beneficiários além da preocupação com a sustentabilidade do setor. Para nós é importante o beneficiário no centro do cuidado e esse momento de pandemia tem trazido maior possibilidade de reflexão sobre isso, do autocuidado e do cuidar dos outros também.”
A diretora técnica ainda relembrou os 18 anos de atuação da entidade, declarando que durante todo este tempo de existência a UNIDAS busca atuar permanentemente junto aos órgãos reguladores – Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) Ministério da Saúde e Congresso Nacional – e tudo isso vai de encontro ao propósito da instituição: unidos pela autogestão; também da visão, que é ser o centro de soluções e conhecimento para as autogestões e a referência na saúde suplementar; conjunto baseado nas crenças e valores.
Estilo de vida e relação com a pandemia
As palestras do terceiro painel do Seminário UNIDAS foram iniciadas por Luciana Sardinha, coordenadora-geral de vigilância de doenças e agravos não transmissíveis do Ministério da Saúde, que tratou sobre hábitos e estilo de vida dos brasileiros.
Ao trazer dados apontando o Brasil como o país que atingiu maior prevalência de obesidade (20,3%) em adultos nos últimos 14 anos, Luciana expõe algumas consequências dessa alta. Há um aumento de consumo de frutas e hortaliças, porém esse dado continua sendo muito baixo e trazendo reflexos, assim como a prática de atividade física no tempo livre, que embora tenha crescido 28,7%, entre 2009 e 2019, também não é um índice tão significativo.
Segundo a especialista, diabetes, consumo de álcool, obesidade, sedentarismo, entre outras questões relacionadas a hábitos de vida, têm se mostrado fatores de risco para as pessoas que são infectadas pelo novo coronavírus. Ressaltou ainda que cardiopatia, diabetes e doença renal são as três principais comorbidades que podem agravar a saúde das pessoas infectadas pela Covid-19.
Silvia Lagrotta, diretora fundadora do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida, falou sobre o impacto da medicina do estilo de vida na saúde integral. Logo de início, a especialista destacou que o conjunto de práticas saudáveis é essencial para a saúde e bem-estar. “Hoje, por mais que as farmacêuticas tenham avançado, a gente continua adoecendo de doenças totalmente evitáveis: diabetes, cardiopatias e câncer”.
Para esclarecer a ideia do tema apresentado, Silvia explicou que “na medicina do estilo de vida nós somos educadores. Ensinamos o paciente a ressignificar o óbvio”. De acordo com ela, os fundamentos básicos dessa prática dividem-se em: educadores, estilo de vida como tratamento e prevenção das doenças, ressignificar o óbvio, resgate da naturalidade e relação horizontalizada com médico/profissional de saúde.
A utilização dessa técnica merece atenção para quem busca resultados positivos aos beneficiários. “Quando o paciente começa a receber essa informação de forma sólida, ele vê que faz sentido e busca melhorar seus hábitos”, afirmou a diretora.
Um dos destaques da apresentação foram as zonas azuis. “As zonas azuis do planeta têm características semelhantes e levam seus habitantes a viverem mais de 100 anos com qualidade de vida, sem medicações e sem doenças crônicas inflamatórias”, explicou Silvia. A partir disso, ela expôs os pilares da medicina de estilo de vida divididos em: saúde do sono e natureza, alimentação, atividade física, gerenciamento de estresse, amor e suporte social, e gerenciamento de uso de substâncias tóxicas.
A última palestra do dia ficou por conta de Mariana Salomão Daud, médica de família e comunidade, que não pôde estar ao vivo na discussão, mas deixou gravada suas contribuições sobre comunicação – inovação técnica na atenção primária.
Durante toda a apresentação, Mariana reforçou a necessidade da comunicação eficaz no setor. “Não importa o quão experiente é um médico, se ele não for capaz de abrir uma boa comunicação com o paciente, ele não poderá ajudá-lo”, esclareceu.
“A comunicação do médico está totalmente relacionada com a adesão do paciente ao tratamento, podendo aumentar essa adesão em até 60%. Estudos mostram que a capacidade do profissional de saúde de explicar, ouvir, ter empatia e saber orientar pode ter efeitos na saúde do paciente”, enfatizou a médica.
Ainda de acordo com ela, para a preparação desses profissionais são necessários treinamentos imersivos, coaching institucional e comunidades de práticas.
O painel e os debates foram mediados por Viviane Barroso, gerente de divisão da Cassi e membro do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida.
Prêmio UNIDAS
O público também pôde assistir à apresentação do trabalho ganhador do terceiro lugar do Prêmio Saúde UNIDAS 2019: “Impacto econômico da enxaqueca na saúde suplementar”.
A diretora de previdência e assistência da Capesesp, Juliana Martinho Busch, explicou a ideia da publicação: “O tema veio de um perfil epidemiológico que fizemos na nossa carteira. O objetivo desse estudo foi avaliar a carga da doença e seu impacto econômico na população de uma operadora de plano de saúde de autogestão”. Ainda, trouxe dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) para ressaltar a importância do tema, mostrando que a enxaqueca está entre as 20 doenças mais incapacitantes no mundo, com prevalência anual entre 3% e 24,6% da população. No Brasil, a prevalência é estimada em 15,2%.
A apresentação foi mediada pela diretora técnica da UNIDAS, Marina Shizuko. “Parabenizo mais uma vez esse excelente trabalho. São números assustadores, quando pensamos que já temos milhares de doenças, a enxaqueca está entre as 20 mais incapacitantes. Nos faz refletir sobre ter um olhar diferenciado e dar importância para essa patologia que é incapacitante. É preocupante pensar que temos 25% de gasto a mais em nossa carteira com esses pacientes”, acrescentou Marina.
Ação social
Além da informação, o quarto dia do evento trouxe uma surpresa especial para todo o público: o sorteio, promovido pela Benner Tecnologia e Sistemas de Saúde, de um iPhone 11, para arrecadar doações para a AACD. Se quiser participar, é só conferir e seguir as regras no perfil do Instagram da UNIDAS, clicando aqui. O ganhador será anunciado durante a live de encerramento do evento, hoje (21), a partir das 19 horas.
Novidades
Devido à pandemia da Covid-19, o 11° Seminário UNIDAS — Atenção Integral à Saúde, que pela primeira vez é 100% gratuito para filiadas, foi adaptado ao âmbito digital, seguindo todas as orientações e protocolos dos órgãos nacionais e internacionais de saúde e vigilância. A produção aconteceu no teatro WTC, em São Paulo, e contou com equipe reduzida, seguindo o distanciamento mínimo estabelecido, com técnicos fazendo uso de máscaras de proteção, além de atenção redobrada aos protocolos de higienização, para garantir tranquilidade e segurança a todos.
“Neste ano, tivemos de nos reinventar, nos readaptar. Reprogramar nosso evento tradicionalmente realizado no mês de abril, pensando cuidadosamente em cada detalhe, para manter a qualidade de nossas palestras, e, principalmente, a segurança de todos nós”, explicou Anderson Mendes durante a abertura.
Com mais de dois mil inscritos, o novo formato contou com mais de mil acessos simultâneos ao evento que é referência na saúde suplementar. O 11° Seminário UNIDAS continuará ao longo da semana, até sexta-feira, dia 21 de agosto, sempre a partir das 15h, e público poderá acompanhar palestras e debates sobre temas de grande relevância ao meio como: gestão de saúde corporativa no cuidado da saúde integral; tecnologia leve como inovação; interface entre os níveis de atenção primária, secundária, terciária e quaternária; e o uso da tecnologia na humanização do cuidado. Para acessar a programação completa, basta clicar aqui.
Tradição da UNIDAS, o seminário mantém sua qualidade e compromisso social mesmo neste novo modelo. A edição virtual conta com o que há de mais moderno em tecnologia, que é inédita e pensada justamente para esse tipo de ocasião. A superprodução inclui painel de led de alta resolução, sistema watchout, sonorização completa, iluminação de palco e cênica, sistema completo para a live streaming e realidade aumentada. Com essas tecnologias, além de ter acesso ao conteúdo com a mesma qualidade, o participante consegue interagir durante o evento de forma dinâmica e vivenciar toda a experiência do evento.
Vale ressaltar que todo o evento é beneficente e está arrecadando doações para a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), entidade que atua com na causa de pessoas com deficiência física, reabilitando e reintegrando-as à sociedade com uma vida mais digna e com independência.
Saiba mais
Os participantes têm acesso a todos os conteúdos do 11° Seminário UNIDAS até o dia 28 de agosto. Clique aqui e acesse a plataforma do evento.
Perdeu o resumo do primeiro dia, basta acessar aqui.
O álbum completo do evento pode ser acessado em nossa página no Facebook.
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