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8 de outubro de 2021
O foco da gestão de carteiras de saúde sempre foi: analisar riscos epidemiológicos, identificar pacientes portadores de condições crônicas, identificar inadequações de utilização e fraudes, compilar procedimentos de alta complexidade e arranjos específicos para configurações de redes médicas referenciadas.
Atualmente, utilizamos dados coletados para implantar e acompanhar redes de Atenção Primária à Saúde, Teleconsultas, análises preditivas de comportamentos de saúde, auditoria e regulação médica robotizadas e novos modelos de remuneração baseados na entrega de valor em saúde para os pacientes. Todas essas ações não seriam possíveis sem uma crescente proficiência no trato dos dados e das informações disponíveis.
Então, por onde começar meu processo de tomada de decisão baseado em dados?
Comece estudando como os beneficiários consomem os recursos de saúde que sua autogestão disponibiliza para a carteira. Se sua operação é geograficamente ampla ou você não tem muitos recursos (humanos e tecnológicos), foque nos beneficiários de uma região específica ou nos clientes de um prestador específico.
Para entender como os beneficiários desse grupo se comportam, levante os índices de utilização de pronto socorro, consultas, exames, internações e despesas assistenciais do grupo, de forma que você possa visualizar esse índices retrospectivamente. A partir daí você terá a visão do histórico comportamental e noção de uma futura tendência de utilização na rede credenciada dessa população específica.
Feito esse diagnóstico inicial, você pode focar em três pontos:
1) Identificação de pacientes clinicamente críticos que precisam de atenção rapidamente (principalmente aqueles com condições crônicas que acabaram de passar por uma internação);
2) Identificação de pacientes não tão críticos, que geram grandes custos para a carteira, provavelmente por estarem dispersos na rede e não saberem utilizá-la corretamente;
3) Oportunidades de prestadores médicos que possam ajudar a montar uma rede de atenção primária em saúde, que acolha clinicamente os pacientes mais críticos e que contribuam com a redução da utilização de Pronto Socorro e internações desnecessárias.
Essa abordagem objetiva ajuda o gestor a separar dados pertinentes – que são fundamentais nas tomadas de decisões diárias – dos ruídos na comunicação que muitas vezes vêm misturados com a informação relevante, dispersando o foco gerencial. Escolha bem seus indicadores e resista a tentação de ter uma planilha lotada de colunas e índices que raramente te ajudam a tomar uma decisão.
Agora que você fez o seu diagnóstico, identificou as ações necessárias e escolheu seus indicadores sem ruídos, coloque as ações em prática e não esqueça de seguir medindo seus indicadores constantemente. Ajustes serão necessários no caminho, mas você se sentirá seguro(a) para fazê-los, pois estará amparado(a) pelos dados, informações e indicadores.
Escrito por:
RICARDO RAMOS – Médico, executivo do setor de saúde suplementar há mais de 20 anos, atual membro e ex-Presidente do Conselho de Administração da ASAP (Aliança para Saúde Populacional)