28 de abril de 2021 – N.º 1.651
No Integra UNIDAS, especialistas destacam os impactos econômicos do novo Rol
Na manhã da última quarta-feira (28), o Integra UNIDAS abordou os impactos econômicos do novo Rol. O evento recebeu como palestrante Hélio Mazza, diretor da Salutis Consultoria, Administração e Tecnologia em Saúde, e Saulo Lacerda, gerente atuarial de acompanhamento econômico financeiro da Unimed Brasil, como debatedor. A mediação foi feita por Rafael Feitosa, gerente de divisão da CASSI.
Mazza iniciou a discussão reforçando a relevância do assunto. O convidado teve como objetivo despertar o raciocínio crítico dos participantes em relação aos impactos das mudanças do Rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que influencia operadoras de saúde de pequeno a grande porte. A explicação foi dividida em alguns pontos específicos, para maior abordagem do tema, como os impactos esperados, motivações, premissas utilizadas, resultados e conclusões.
A introdução trouxe detalhes sobre a RN n°465, de 24 de fevereiro de 2021. Ao falar sobre os impactos esperados face o novo Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, o diretor da Salutis fez alguns destaques, dentre eles: “as mudanças de novas diretrizes clínicas, que, geralmente, flexibilizam o acesso a procedimentos. Outro ponto é adicionar riscos/coberturas aos contratos não vigentes”, explicou ele, que também citou a Nota Técnica n°07/2020.
“A primeira conclusão que chegamos é: tão importante quanto estimular o montante a ser despendido, é estimar o capital que estará sob risco em decorrência do novo Rol, no primeiro momento especialmente falando para as autogestões”, disse.
Em seguida, Lacerda seguiu com o tema. “Percebo, com base nos estudos, que a indústria é uma grande demandante do Rol. Esse aumento de procedimentos e novos medicamentos, sejam imunobiológicos ou antineoplásicos orais, não são ações da ANS analisando o CID e verificando se está faltando tecnologia. São estímulos dos fabricantes para que os órgãos incorporem essas metodologias, e todos os estudos são materiais produzidos para os fabricantes, não para a ciência como um todo”, pontuou.
“Saúde tem custo! Acredito que o impacto do Rol e dessas novas tecnologias produzem sensação de melhorias de coberturas aos beneficiários, mas podem levar a insolvência da operadora, fazendo com que se perca o tratamento básico que se tinha, e o adicional que teria com o Rol pode se transformar em uma catástrofe”, detalhou Lacerda.
O gerente atuarial ainda destacou algumas considerações sobre os impactos, tais como: tempo de incorporação da nova tecnologia; custo de incremento e relevância das expectativas serão os baixos desvios apurados entre a comparação de estimativa com o realizado.
Rafael Feitosa aproveitou para reforçar que as operadoras têm diferentes capacidades de absorção de riscos. “A operadora de grande porte, por exemplo, está mais estruturada para isso, diferentemente de uma operadora de pequeno porte. Isso não é levado em consideração na discussão da ampliação de Rol dentro do mercado de saúde suplementar, o que é importantíssimo, inclusive para a sociedade. Muitas autogestões são de pequeno porte, assim como muitas operadoras regionais, que atendem um grande público (muitas vezes não são público-alvo de grandes operadoras). Essas pequenas se inviabilizam por uma regulamentação do setor e podem deixar desassistido um público gigantesco. Isso tem que ser levado em consideração.”
Ao final do evento, Anderson Mendes, presidente da UNIDAS, fez uma participação especial para agradecer os esclarecimentos feitos pelos convidados e aproveitou para pedir ao diretor da Salutis uma análise prévia individual das operadoras filiadas, para ajudá-las nas tomadas de decisões. Prontamente, o especialista afirmou que atenderá ao pedido.
Para assistir a gravação completa do webinar, acesse a Biblioteca Virtual UNIDAS, disponível na intranet, exclusiva para filiadas.