Discussão fez parte da programação do Congresso de Saúde Suplementar,
que acontecerá até sexta-feira (26)
Saúde Mental 2030: O que nos espera? Estamos preparados? Para o presidente da UNIDAS, Anderson Mendes, sim. Com olhar otimista, ele iniciou sua palestra sobre o tema, no Congresso de Saúde Suplementar na feira Hospitalar 2023, explicando que representa um segmento corporativo, no qual a saúde mental nunca foi negligenciada e já dispõe de programas bem maduros para os usuários.
De acordo com Mendes, é necessário um trabalho conjunto entre todos os atores (beneficiário, operadoras, governo) mas a responsabilidade do cuidado da pessoa é da operadora. “Enxergo o copo meio cheio: já temos um arcabouço e agora, precisamos aprimorá-lo, para cuidar do beneficiário de forma integral, física e mentalmente”, acrescentou.
O presidente da UNIDAS afirmou que o erro acontece quando não há atenção integral ao beneficiário. “Se falho na forma de cuidar, na continuidade do cuidado, na coordenação do cuidado, não vou tratar bem. Precisamos focar na pessoa, e na melhoria de estilo de vida”, finalizou.
Também participaram do debate Paulo Rebello, diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e José Cechin, superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). A mesa foi moderada por Fátima Macedo, CEO da Mental Clean.
Já o presidente do IESS foi categórico ao afirmar que “não estamos preparados para enfrentar esta questão, pois não realizamos debates suficientes.” Para ele, ainda é necessário avançar no conhecimento do cérebro, e isso exige cooperação internacional, porque envolve um investimento muito alto em pesquisa. Cechin falou sobre problemas ligados à saúde mental, que cresceram exponencialmente antes da pandemia, aceleraram durante a crise do Covid e não se esgotaram com o arrefecimento do vírus. Ele também comentou a respeito do envelhecimento da população mundial, e da tendência de redução da população jovem e aumento do número de idosos nos próximos anos.
O presidente da ANS, Paulo Rebello, abordou a importância do olhar da agência reguladora para o tema e a necessidade de as operadoras ampliarem os programas de promoção da saúde e de prevenção de doenças, uma vez que a pandemia colocou luz no problema e amplificou a urgência do tema. De outro lado, segundo ele, o perfil das operadoras precisa se adaptar às mudanças, que ocorrem de forma muito rápida.
Os palestrantes finalizaram o debate, organizado pela TM Jobs, concluindo que é preciso atuar para evitar o adoecimento das pessoas com o auxílio de ferramentas como a telemedicina, trazendo o beneficiário para o centro do cuidado, com a oferta de atenção integral, com cada parte assumindo a responsabilidade dentro da cadeia de valor do atendimento de saúde suplementar.
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