11 de junho de 2021 – N.º 1.680
Com a presença da Fiocruz, UNIDAS lança Guia Orientativo para Vacinação Contra a Covid-19 e explana sobre a produção dos imunizantes
Juliano Lima, chefe de gabinete da presidência da Fiocruz, deu detalhes sobre a vacina da instituição e a importância de um alinhamento mundial igualitário na distribuição dos imunizantes para combater a pandemia de forma rápida e eficaz
O tema proposto para discussão ajudou a ressaltar a importância do Guia, que é uma iniciativa do Grupo de Trabalhos da UNIDAS sobre vacinas contra a Covid-19. Também estiveram presentes no evento, os organizadores da publicação, Breno Piovezana, consultor e gestor, e Renata Muroya, diretora da RLM Serviços de Saúde. O webinar foi mediado por José A. Diniz Oliveira, presidente da FioSaúde e membro do Conselho Deliberativo da UNIDAS, e contou ainda com a participação de Leandro Araujo, gerente executivo da entidade.
Juliano Lima iniciou a palestra exibindo o panorama da atual situação no Brasil, expondo a importância de acelerar a vacinação, e apresentou um gráfico sobre as assimetrias globais. “Os países de alta renda, que concentram 16% da população mundial, adquiriram 54% das doses disponíveis até o momento, do ponto de vista de contratualização. Isso é um erro, tanto de equidade, quanto sanitário, pois não será possível controlar definitivamente a pandemia se não tivermos todos os países com a mesma capacidade, levando em conta as diversas variantes que têm surgido em várias regiões do mundo”, declarou.
“Em comparação a outros países do Hemisfério Sul, o Brasil não se encontra em uma situação tão ruim no que diz respeito a capacidade de desenvolvimento e disponibilização de imunobiológicos. Somos um dos poucos produtores de vacina no mundo, isso graças a duas instituições públicas, que têm sustentado a vacinação no país – Fiocruz e Instituto Butantan. A produção privada não daria conta de sustentar a vacinação de uma população de 170 milhões de brasileiros (número referente à população adulta que é prioridade na vacinação brasileira) em um cenário de escassez mundial de produção. Muito se fala sobre a aquisição de vacinas no setor privado, mas o aspecto principal é, que o mundo vive em um déficit de produção, principalmente de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA)”, explicou.
A importância da base tecnologia e produtiva nacional foi defendida por ele, que disse: “A Fiocruz sempre insiste em dizer que, sem ciência, tecnologia e inovação, o Sistema Único de Saúde (SUS) teria ‘pés de barro’. Tem sido assim sempre que nos vemos em situações onde há a necessidade de universalizar o tratamento, mas há concentração de produção e oferta”.
Segundo o chefe de gabinete da presidência da Fiocruz, com base nos novos modelos de políticas públicas instituídos pela entidade e o Instituto Butantan, a partir de empresas privadas internacionais foi possível desenvolver tecnologia conjunta. “Chegamos a possibilidade de desenvolver, produzir a vacina e, no nosso caso, o IFA. Não poderíamos nos limitar a fazer compra de imunizantes. Portanto, mais do que disponibilizar e produzir, nosso interesse é dominar a tecnologia”.
Ainda de acordo com ele, a vacina produzida pela Fiocruz é a mais em conta disponível no mundo, do ponto de vista financeiro, entre as disponíveis no mundo atualmente.
Guia Orientativo para Vacinação Contra a Covid-19
Renata Muroya reforçou que a publicação é de grande importância para o segmento, visto que processo de vacinação é extremamente complexo, ainda mais quando se trata de uma ação coletiva nacional e internacional em meio à pandemia.
“Prover vacina e insumos necessários em quantidade suficiente, bem como a logística de distribuição e aplicação, são trabalhos de enorme planejamento e responsabilidade técnica-operacional. A imunização é uma das principais ferramentas no combate a pandemia, mas não deve ser uma estratégia única e isolada, sem estar associada a um programa de gestão de saúde populacional, que tenha a atenção primária como a coordenadora do cuidado. A responsabilidade de assumir um programa de vacinação como esse passa por vários âmbitos, desde o jurídico ao processo de importação, logística, armazenamento e distribuição, obedecendo toda a Rede de Frio, que é bem criteriosa para cada tipo de vacina”, destacou.
Todos pontos abordados na fala da diretora da RLM Serviços de Saúde são tratados no Guia. A publicação conta ainda com a colaboração de José Luiz Toro da Silva, assessor jurídico da UNIDAS, que comenta e analisa, do ponto de vista legal, sobre as questões da vacinação por parte da iniciativa privada no contexto da Lei n° 14.125
Breno Piovezana seguiu com mais detalhes. “Assumir a parte técnica de programas de vacinação contra o novo coronavírus, exige um treinamento rigoroso e uma qualificação exemplar. É um processo de extrema responsabilidade e compromisso com a segurança do paciente, que deve estar sempre em primeiro lugar. O Guia traz explicação de diversos pontos importantes, entre eles sobre a segurança clínica e a eficácia de cada vacina, para que possamos entender o que se espera e o que realmente elas demonstram frente aos efeitos colaterais, para que tudo seja mensurado”, contou.
“Existe a Legislação, a Lei n° 14.125, que permite a aquisição da iniciativa privada, mas não temos disponível para compra atualmente, e isso pode acontecer em algum momento, de acordo com a produção em massa. É preciso destacar também a importância da prestação de contas aos órgãos, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o SUS, através do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI)”, reforçou o consultor.
Para assistir à gravação completa do evento, bem como acessar a integra do Guia Orientativo para Vacinação Contra a Covid-19, acesse, respectivamente, Biblioteca e Coleções Manuais UNIDAS, na intranet clicando aqui.
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