25 de maio de 2021 – N.º 1.673
“A cultura da organização pode proporcionar um ambiente legal em qualquer lugar do mundo”, destaca vice-presidente executiva da ABPRH durante UNIDAS Talks
Evento contou com a participação de quase 80 pessoas e abordou desafios e oportunidades da legislação
no trabalho remoto
Nesta manhã, os desafios e oportunidades da legislação no trabalho remoto foram pautados em um debate entre especialistas no UNIDAS Talks. Leandro Araujo, gerente executivo da entidade, foi responsável pela mediação entre os convidados da Associação Paulista de Recursos Humanos e de Gestores de Pessoas (ABPRH), Hélio Moraes, vice-presidente de compliance e boas práticas, e Patricia Bueno, vice-presidente executiva.
O assunto foi iniciado com uma apresentação sobre os cenários, desafios, oportunidades e tendência. Patricia Bueno ponderou que com base nas mudanças tecnológicas, achava-se que estávamos vivendo uma revolução da era digita, mas, na verdade, foi em março de 2020, que as empresas foram empurradas pela pandemia do coronavírus e precisaram se reposicionar, mesmo sem planejamento.
“Trabalho remoto já existia antes da Covid-19, mas não era algo comum. Com a chegada da pandemia, as empresas foram obrigadas a adotar esse formato. É importante lembrar que o home office atual é diferente, devido ao isolamento social. Não há liberdade de sair para almoçar, por exemplo. O trabalho remoto não especificamente é estar dentro de casa, é qualquer lugar que o profissional se sinta mais produtivo e confortável. Oferece uma amplitude que não percebemos por conta do atual momento, que traz um olhar mais cansativo sobre o home office”, pontuou a vice-presidente executiva da ABPRH.
Com base em levantamentos feitos em sua associação, a convidada expôs que grande parte dos trabalhadores não haviam adotado a prática antes do isolamento e a maioria vê mais pontos positivos que negativos neste formato. Entretanto, não excluem os desafios, entre os principais estão: empresas querendo imitar o físico no digital, comando e controle, desconfiança e micro gerenciamento, falta de alimento de papéis e responsabilidades, falta de clareza do propósito e objetivos, líderes e profissionais desesperados e esgotados mentalmente, infraestrutura ruim. Oportunidades também existem, e seus principais pontos são: revisar os processos da empresa e melhora-los, substituir o comando e controle por liderança e alinhamento, confiar nas pessoas controladas e gerenciar por resultados, clarificar papéis e responsabilidades do time, alinhar o propósito e objetivos.
Quando questionada por Araujo sobre como fica a relação de interação entre equipes a distância, ela garantiu: “Esse modelo pandêmico dificulta qualquer relação, é claro, mas isso é de forma geral devido a situação. Estamos nos relacionando com um núcleo menor de pessoas. Sobre o trabalho, especificamente, é importante alguns alinhamentos, porque a troca é rica e funciona. Acredito que quando esse momento pandêmico passar, essa angústia que temos da distância, vai melhorar, porque poderemos sair. O ser humano é relacional e precisa ter essas trocas, mas não de fato na necessidade física que tínhamos no ambiente de trabalho, porque não é isso que traz resultados e engajamento. A cultura da organização pode proporcionar um ambiente legal em qualquer lugar do mundo. O foco é na experiência do colaborador”.
Hélio Moraes apresentou bases normativas para falar sobre o regulamento do teletrabalho, que já existia na CLT. No entanto, atualmente, o que está sendo aplicado a muitos colaboradores é um regime de exceção devido a pandemia, pela Medida Provisória 1.046/21. “Na maioria dos casos a pessoa continua com jornada presencial e, por exceção realiza esse trabalho a distância. Não é uma conversão automática ao regime de teletrabalho. Podemos e devemos controlar a jornada, tomando cuidado com efeito do microgerenciamento e invasão de privacidade. Algumas preocupações são novas e devem ser respeitadas porque a produtividade foi alcançada”, alertou.
As diferenças entre teletrabalho e home office foram explicadas por ele através da seguinte imagem:
Ainda segundo o vice-presidente de compliance e boas práticas da ABPRH, há também pontos em comum entre essas frentes, que são: benefícios de Convenção Coletiva, acordos e políticas; representação sindical pela sede dos empregados; etiquetas digitais, como repouso, horários de disponibilidade e direito de desconexão; nexo de causalidade em acidente de trabalho.
“Muitas pessoas têm gostado desses modelos de trabalho. Acredito que temos que aproveitar essa transformação digital, mas sempre da melhor forma para não comprometer a saúde dos colaboradores. O futuro está aberto para construirmos a partir do que temos hoje”, ponderou Moraes.
Você pode assistir à gravação do UNIDAS Talks, no YouTube ou direto na Biblioteca Virtual, disponível na Intranet, exclusiva para filiadas.
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