“Não dá para discutir inovação na saúde suplementar sem segurança, responsabilidade e ética”, destaca presidente da UNIDAS no 25º Congresso Abramge

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“Não dá para discutir inovação na saúde suplementar sem segurança, responsabilidade e ética”, destaca presidente da UNIDAS no 25º Congresso Abramge

11 de novembro de 2021 – N.º 1.750

“Não dá para discutir inovação na saúde suplementar sem segurança, responsabilidade e ética”, destaca presidente da UNIDAS no 25º Congresso Abramge

Ao lado de grandes nomes, Anderson Mendes participou de  talk-show sobre estratégia de inovação
em mercado regulado

 

Mendes destacou que a regulação está em tudo e que, embora seja estática, a sociedade é dinâmica e as demandas sociais passam por inovações todos os dias, puxando a regulação para que ela atenda as necessidades da sociedade

Nesta quarta-feira (10), Anderson Mendes, presidente da UNIDAS participou de um talk-show no 25º congresso da Abramge. Com moderação de Cássio Cunha Lima, ex-senador da Paraíba, o bate-papo teve como tema a estratégia de inovação em mercado regulado e contou também com Martha Oliveira, CEO da Laços Saúde e ex-presidente da ANS; Ney Paranaguá, fundador da Maida Health, e Vinícius Carrasco, economista-chefe da Stone e professor da PUC –RJ.

O senador iniciou o debate agradecendo a presença de todos e levantando a importância da conciliação da inovação com as regulações já postas na sociedade. “Há um paradoxo entre inovar e regular. A regulação por natureza pressupõe amarras, um certo delinear de espaço. Aí temos, de fato, um imenso desafio a ser vencido”, destacou. Em seguida, fez algumas perguntas para provocar os debatedores a discorrerem sobre o tema.

Martha Oliveira abriu o debate trazendo o exemplo da Moving Health Home, iniciativa liderada pela Amazon com milhares de empresas de saúde e tecnologia.  “A gente está num mundo completamente globalizado, as coisas que acontecem lá fora vão acontecer aqui mais cedo ou mais tarde”. Ela destacou que ao saber do tema discutido na Abramge, o movimento chamou sua atenção justamente por ser uma ação que acredita que futuramente teremos um embate entre tecnologia e burocracia. “A proposta de levantar possíveis problemas e se antecipar a eles, com o intuito de trazer soluções e melhorias de custos é, sem dúvida, muito importante”, acrescentou.

Segundo Martha, é muito difícil que um órgão regulador lidere iniciativas de inovação e regras gerais seriam melhores para o cenário da saúde que tem múltiplos regulares, como a Anvisa, ANS, Conitec e os conselhos profissionais. Ela finalizou enfatizando que um dos principais benefícios da tecnologia para o sistema de saúde é dar instrumentos para a busca das pessoas no momento certo: “A saúde tem que achar as pessoas e não esperar que elas entendam que precisam fazer essa busca”.

Ney Paranaguá fez um panorama da internet no mundo nos últimos 50 anos e levantou a questão do comportamento das pessoas dentro do sistema de saúde. Para ele, “a tecnologia é só linguagem, o que importa é a transformação do comportamento do indivíduo”. O palestrante destacou, ainda, que olhar para inovação é iminente, inevitável e inadiável.

Paranaguá defende o beneficiário como protagonista e deu o exemplo dos bancos que transferiram parte das operações para os usuários, absorvendo custos operacionais e dando mais autonomia para os clientes em suas jornadas. Ele ainda comentou sobre os benefícios da Inteligência Artificial e apresentou alguns números das experiências da Maida Health com IA.

O presidente da UNIDAS, Anderson Mendes, agradeceu o convite e mencionou a felicidade em estar no evento em formato presencial, revendo amigos antigos e os feitos pelo zoom durante a pandemia. Mendes mencionou que a regulação está em tudo e que, embora seja estática, a sociedade é dinâmica e as demandas sociais passam por inovações todos os dias puxando a regulação para que ela atenda as necessidades da sociedade.

Anderson reforçou que não dá para discutir inovação na saúde suplementar sem segurança, responsabilidade e ética: “A responsabilidade de quem inova é muito importante, e aí o órgão regulador entra, regulando não só o resultado, mas também o processo”. Anderson mencionou que para fazer isto de forma sustentável é importante que o setor amadureça e tenha iniciativas de autorregulação.

Ele acredita que uma economia compartilhada e colaborativa permite que os players possam cocriar novas regras, e defende ainda que o regulador tem sim o papel de incentivar, dando o exemplo do PIX, uma iniciativa que partiu do BACEN, que é um órgão regulador.

Anderson finalizou dizendo que precisamos combater o medo do novo e reforçou a autorregulação como um caminho de equilíbrio entre inovação e regulação: “o setor precisa passar por um amadurecimento, precisa reconhecer os valores de cada um dentro da cadeia e precisa trabalhar mais numa autorregulação, para que a gente possa permitir inovações seguras, que tragam de fato entrega de valor para o paciente, que é quem importa”.

UNIDAS marca presença no Congresso da Abramge, da esquerda para a direita: Anderson Mendes (presidente), José Toro (consultor jurídico), Leandro Araujo (gerente executivo) e Nildeval Chianca Jr (coordenador adjunto da Comissão Jurídica)

O debate foi finalizado por Vinícius Carrasco, que ressaltou que tomou o convite da Abramge como uma provocação para trazer uma visão complementar à da saúde, com a perspectiva economista sobre o tema. Carrasco defende que inovar é uma atividade arriscada e que os riscos limitam muito os empreendedores no Brasil.

Ele contou que a existência da Stone é resultado de uma inovação regulatória que nasceu da necessidade de termos mais opções de pagamento no Brasil. O palestrante também fez um paralelo sobre inovações que trazem consigo regulações como o open finance e a gestão de dados “é uma inovação que combina regulação com tecnologia porque não adianta você ter uma regulação que diz que você pode compartilhar os dados se você não tem infraestrutura para fazê-lo, a tecnologia permite que você combine boas regras com a implantação dessas regras”.

E finalizou dizendo que “não há como pensar em grandes avanços sem pensar em formas de regular e disciplinar como os avanços vão ser implantados” reforçando que inovação e regulação são indissociáveis.

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