11º Seminário UNIDAS: Demanda reprimida de crônicos vai impactar sistemas de atenção à saúde

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11º Seminário UNIDAS: Demanda reprimida de crônicos vai impactar sistemas de atenção à saúde

4 de agosto de 2020 – N.º 1.448

11º Seminário UNIDAS: Demanda reprimida de crônicos vai impactar sistemas de atenção à saúde

 Para especialista, é necessário forte movimento de integração dos sistemas de saúde por meio das redes de atenção

A pandemia de Covid-19 impactou áreas diversas, contudo, obviamente, em maior grau a área da saúde. A questão é que os desafios impostos pelo cenário encontraram sistemas de atenção à saúde em crise, fragmentados e desorganizados, o que dificultou o enfrentamento da doença. Essa necessidade de integrar, coordenar e organizar os sistemas de Atenção Primária à Saúde (APS) será o tema da palestra magna do consultor em saúde pública, Eugênio Vilaça, no 11º Seminário UNIDAS – Atenção Integral à Saúde.

Segundo o especialista, a fragmentação dos sistemas se dá pela falta de comunicação entre seus principais pontos de atenção como atenção primária, atenção ambulatorial especializada e atenção hospitalar. “Além disso, esses sistemas voltam-se para indivíduos isoladamente, atuam com ações reativas às necessidades de saúde das pessoas, têm ênfase excessiva nas ações curativas e reabilitadoras, são frágeis em prover o cuidado interdisciplinar e não contam com um centro de coordenação. Isso se manifesta, igualmente, no Sistema Único de Saúde (SUS) e no sistema de saúde suplementar, incluindo as autogestões”.

De acordo com Vilaça, em função da transição demográfica e epidemiológica aceleradas que se deram nos últimos 50 anos, houve um aumento da presença relativa das condições crônicas de saúde, que atingem aproximadamente 80% da carga de doença no Brasil. “Estudos internacionais e nacionais demonstram que os sistemas fragmentados vigentes não respondem adequadamente a essas condições crônicas, porque não conseguem fazer o acompanhamento adequado, nem, consequentemente, estabilizá-las”.

Com a pandemia, as pessoas passaram a evitar unidades médicas, o que provocou redução significativa de atendimentos de portadores de doenças dos tipos cardiovasculares, câncer, diabetes, e de atenção às gestantes, crianças e idosos. Essa demanda reprimida vai pressionar fortemente os sistemas de saúde após a atual situação do Brasil diante do novo coronavírus, seja em termos financeiros ou na dimensão sanitária. “A reorganização dos sistemas público e privado convocará respostas mais profundas e será a vez de se pensar nas redes de atenção à saúde”, ressalta.

As redes de atenção, conforme Vilaça, são a resposta adequada à situação de saúde vigente em nosso país – independentemente de pandemia, já que já era necessária uma mudança – e implicam organizar, de forma integrada, sob coordenação da APS, os pontos de atenção ambulatoriais e hospitalares secundários e terciários, os sistemas de apoio (sistema de assistência farmacêutica, sistema de apoio diagnóstico e terapêutico e sistema de informação), os sistemas logísticos (sistema de regulação da atenção, registro eletrônico em saúde e sistema de transporte em saúde) e o sistema de governança.

As redes têm ainda um olhar voltado para o paciente, transformando-o em agente de sua própria saúde, por prestarem uma atenção integral expressa em promoção e prevenção, cuidado, reabilitação e paliação das condições de saúde. “Desse modo, essas redes são um elemento fundamental para o cumprimento da tripla meta de mudanças nos sistemas que são: a saúde da população, a melhoria da experiência do cuidado individual e a redução dos gastos per capita”.

Os desafios para essa integração são enormes, pondera o especialista. “É preciso ter o entendimento de que os problemas só serão resolvidos se houver cooperação e interdependência entre todos os atores envolvidos nessas redes”. Além disso, a implantação dessas redes de atenção convoca uma agenda de mudanças, concomitantes e alinhadas entre si nos modelos de gestão, de atenção a condições agudas e crônicas e nos sistemas de pagamentos. “Não será fácil construir e implantar essa agenda em nosso país, tanto no SUS, quanto na saúde suplementar. Falta consciência do tamanho da crise, consenso sobre as formas de enfrentá-la e disposição para promover as mudanças profundas que serão necessárias”, afirma Vilaça.

 

11º Seminário UNIDAS – Atenção Integral à Saúde

Devido à pandemia da Covid-19, o tradicional evento será realizado pela primeira vez de forma virtual, seguindo todas as orientações dos órgãos de saúde nacionais e internacionais. Além disso, neste ano, todos os gestores e membros das filiadas UNIDAS têm passaporte gratuito para o evento, que acontece entre os dias 17 e 21 de agosto, sempre a partir das 15h.

O evento, que já está com as inscrições abertas, vai debater sobre Atenção Integral à Saúde e contará com painéis sobre temas como a interface entre os níveis de atenção primária, secundária, terciária e quaternária; gestão de saúde corporativa no cuidado da saúde integral; tecnologia leve como inovação e o uso da tecnologia na humanização do cuidado.

O seminário virtual terá o que há de mais moderno em tecnologia, que é inédita e pensada justamente para esse tipo de ocasião. Ele será realizado no estúdio do Grupo R1 no Teatro WTC, em São Paulo, seguindo todos os protocolos sanitários de segurança, e contará com painel de led de alta resolução, sistema watchout, sonorização completa, iluminação de palco e cênica, sistema completo para a live streaming e realidade aumentada. Com essas tecnologias, além de ter acesso ao conteúdo com a mesma qualidade, o participante consegue interagir durante o evento de forma dinâmica e vivenciar toda a experiência de estar em um seminário.

Para acessar a programação completa, basta clicar aqui.

 

Serviço

11° Seminário UNIDAS – Atenção Integral à Saúde

Data: 17 e 21 de agosto de 2020, a partir das 15h

Palestra Magna: O Desafio da Integração: as Redes de Atenção à Saúde – Eugênio Vilaça Mendes

Quando: 17 de agosto, 15h30

Hotsite: http://11seminario.unidas.org.br/

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